13 setembro, 2009

Realidade aumentada e twitter

“o twitter cria 1 espécie de realidade aumentada do jogo. não tem mais graça ver pela tv sem acompanhar por aqui #chupaargentina”


Essa frase é do @alejung e eu vi ela no blog do Cris Dias. Ele estava falando sobre o jogo do Brasil X Argentina, dia 5 de setembro.

Eu assisti ao jogo, mas estava em um churrasco, longe do Twitter. Mas pude sentir um pouquinho do que ele quis dizer na última sexta, enquanto acompanhava o final da novela Caminho das Índias.

Ainda na tarde de sexta uma atendimento da agência estava comentando sobre os últimos episódios da novela, sobre o quanto ela queria chegar em casa a tempo para assistir ao último capítulo, e daí ela me perguntou:

“Tu estás assistindo a novela?”

E daí eu respondi:

“Não, mas estou acompanhando pelo Twitter.”

Eu acho que todo mundo que tem Twitter deve ter percebido que lá pelas 21h nem adiantava comentar nada no microblog que não fosse referente a Caminho das Índias, quase ninguém ia responder [sequer ler].

Então, nessa sexta, eu resolvi fazer um experimento. Assisti a novela pela primeira vez na televisão e segui acompanhando o que as pessoas estavam comentando pelo Twitter. E comentei muito também, é claro.

A sensação que eu tive foi essa mesma descrita pelo @alejung: “realidade aumentada”. Parecia que tinha muitas pessoas na minha sala, comentando sobre tudo que se passava na novela. Só que ainda melhor, ninguém interrompia ninguém. Dava para manter um diálogo, fazer e ler observações, sem que isso atrapalhasse o andamento da história que se passava na televisão.

Já no sábado, ao retomar as atividades monográficas, resolvi ler o artigo que o meu orientador, o Consoni, apresentou no Intercom semana passada. O trabalho trata da representação de dois profissionais da comunicação no Twitter, o Edney Souza e o Marcelo Tas.

Aparentemente não tinha relação nenhuma com o evento da sexta de noite, até eu chegar na parte em que a pesquisa aponta o uso que o Marcelo Tas faz do Twitter para “realimentar a sua indústria cultural”. O próprio Tas fala em uma entrevista para a Revista Playboy que, após cada programa, procura por palavras-chaves no Twitter-Search como meio de termômetro de sua audiência.

E isso tudo, de certa forma, é uma “realidade aumentada” da audiência, coisa que a televisão jamais proporcionaria. Pelos números do Ibope o Tas pode ter uma ideia quantitativa de sua audiência. Pelo Twitter ele pode ter respostas qualitativas, saber o quê foi comentado, por quem, por que, etc.

E é por isso que o Twitter é uma ferramenta tão interessante. É uma forma completamente diferente de interagir pela web. Além de ser uma ferramenta de pesquisa muito rica.

E também é por todas essas possibilidades que a decisão da Folha de São Paulo e da Globo de limitar o uso de redes sociais [especialmente o Twitter] para os seus colaboradores foi errada. Mas isso merece um post somente seu. Por enquanto, fiquem com um bom texto a respeito desse assunto.

E para quem estiver interessado, o artigo do Consoni que falei anteriormente pode ser encontrado aqui.

2 comentários: