11 dezembro, 2007

DIVULGAÇÃOZINHA!


MAS AHHHHHHHHHHH! VOLTEI!

Não com texto novo, mas texto inédito.
Tô ajudando a divulgar um projeto chamado QUEER FICTION [sim, eles de novo] e uma MOSTRA que vai rolar no final de semana.
Para todo mundo (ou o Pinky, que deve ser o único que visita isso aqui) entender do que se trata vou postar o texto que fiz sobre eles que estará na 3X4 desse semestre [mas que só vai ser distribuida no próximo semestre, coisas da ufrgs....]e que eu não aguento mais esperar pq ficou bacaninha.

Enjoy!
E vão na mostra!

Entre a beleza e o grotesco.
O comportamento estético e o anarquismo erótico do projeto Queer Fiction


“A sexualidade, qualificada de imunda, de bestial, é mesmo o que mais se opõe à redução do homem à coisa...” (Bataille em O Erotismo)

A sexualidade humana é desconcertante, nunca conseguimos examiná-la, olhá-la, sentí-la sem uma certa inquietação, principalmente quando as manifestações sexuais fogem dos padrões convencionais. As formas alternativas de expressão do erótico, que escapam da indústria cultural pornográfica, são vistas com um misto de curiosidade e repugnância, em uma constante alternância entre o belo e o grotesco. O pervertido é visto como fantasma, como patologia, da sociedade comtemporânea.

“... o que se retira é justamente o fantasma, o conjunto de significâncias e subjetivações. A psicanálise faz o contrário: ela traduz tudo em fantasmas, comercializa tudo em fantasmas, preserva o fantasma e perde o real no mais alto grau...” (Deleuze e Guattari em Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia – Volume 3)

A sociedade, de modo geral, é hipócrita, julgando nosso caráter pelo que fazemos em nossa vida privada, em nossa interioridade, pela nossa sexualidade. Escritores como Georges Bataille, Gilles Deleuze e Michel Foucault já propuseram uma nova visão da sexualidade, uma sexualidade como posicionamento político, que é intrínseca e faz parte de nossa animalidade, possuindo uma violência natural que é interditada pelas regras e padrões do mundo do trabalho, da psicanálise e da religião.

“... em oposição ao trabalho, a atividade sexual é uma violência que, enquanto impulso imediato, poderia perturbar o trabalho: uma coletividade laboriosa, no momento do trabalho, não pode ficar à sua mercê.” (Bataille em O Erotismo)


Mostraremos uma forma de reavaliar os conceitos que determinam o que é ou não belo, vamos romper com o significado, transgredir os tabus, ir além da expressão erótica dominante, livrar-se do horror a determinadas formas do uso do corpo. O belo, aqui, transcende as categorias estéticas convencionais mostrando um projeto visual que subverte as formas de uso do corpo: o Queer Fiction.

“O interdito e a transgressão respondem a esses dois movimentos contraditórios: o interdito intimida, mas a fascinação introduz a transgressão...” (Bataille em O Erotismo)
“Assim, ele oscila entre dois pólos: de um lado, as superfícies de estratificação sobre as quais ele é rebaixado e submetido ao juízo e, por outro lado, o plano da consistência no qual ele se desenrola e se abre à experimentação.” (Deleuze e Guattari em Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia – Volume 3)


O TERMO “QUEER”
O termo está relacionado com toda modalidade de sexualidade que escapa do convencional, não se restringindo somente ao homossexualismo, como muitos acreditam. Queer é uma forma de experiência radical da sexualidade, que não depende e não reivindica a tolerância e aceitação dos "normais". Ele pode ser utilizado para classificar toda e qualquer manifestação erótica que não se encaixa no padrão domintante – o heterossexual. A idéia principal é romper com qualquer identidade sexual fixa.

“O erotismo é na consciência do homem aquilo que põe nele o ser em questão.” (Bataille em O Erotismo)

QUEER FICTION
Queer Fiction é um projeto que existe há cerca de cinco anos e foi formado por um grupo de pessoas com afinidades quanto à temática queer, que procuravam dar visibilidade a todas as manifestações eróticas que não encontram espaço na representação convencional do desejo e da sexualidade. Havia uma lacuna no campo estético do erótico e o grupo surgiu com a intenção de preenchê-la.

“O erotismo é, de forma geral, infração à regra dos interditos: é uma atividade humana(...) O sentido último do erotismo é a fusão, a supressão do limite.” (Bataille em O Erotismo)

O suporte escolhido para construir esse tipo de narrativa combativa foi a fotografia e o audiovisual. No início o trabalho restringia-se apenas à fotografia, neste ano o grupo fez seu primeiro trabalho em vídeo e em outubro finalizaram o terceiro, Filthy, sem abandonar as produções fotográficas. Os dois primeiros vídeos foram concebidos a partir de uma linguagem experimental, o primeiro enfocando o tema do sadomasoquismo e da dominação, e o segundo a relação entre a experiência erótica e a religião, com inspiração na obra de Bataille. Existem mais três projetos em fase de produção.
O Queer Fiction já realizou exposições em São Paulo, especialmente junto ao Projeto Luxúria – festa com performances eróticas, de temática fetichista, organizada pelo estilista Heitor Werneck – e também em Santa Catarina, Rio de Janeiro e Santa Maria. Em Porto Alegre, costumam realizar intervenções e exposições junto à festa Lasciva, no Club Neo. As produções são sempre realizadas e assinadas pelo grupo, são coletivas.
O trabalho não restringe-se apenas ao plano estético. As plataformas visuais – fotografia e vídeo – não são um fim, mas sim o meio pelo qual eles buscam posicionar-se. Não é simplesmente arte visual, mas sim conceito. Através da estética o grupo busca propôr uma reflexão que se infiltre e contamine a concepção do erotismo dominante. O Queer Fiction não quer somente excitar, mas sim perturbar.
A escolha é sua.

“Se experimentamos esse medo, nós o sabemos, é para responder à vontade inscrita em nós para exceder os limites. Queremos escedê-los e o horror sentido significa o excesso a que devemos chegar, a que, se não fosse o horror prévio, não poderíamos ter chegado.” (Bataille em O Erotismo)

“Com seu trabalho, o homem edificou o mundo racional, mas sempre subsiste nele um fundo de violência. A própria natureza é violenta e, por mais comedidos que sejamos, uma violência pode nos dominar de novo, que não é mais a violência natural, a violência de um ser racional que tentou obedecer, mas que sucumbe ao movimento que ele mesmo não pode reduzir à razão.” (Bataille em O Erotismo)

28 novembro, 2007

Quem escreve?


Luci Cobalchini.
Jornalista que também é publicitária. Fashionista wannabe. Ama gatos. Queria fotografar mais, em película. Tenho ímpetos diários de mudar a cor e o corte de cabelo. People watcher sem solução. Social media e seus usos sempre despertam meu interesse. Se tivesse mais tempo contaria mais seriados, filmes e livros nos dedos.
E sou um tanto perdida, ás, de copas.

A PAUSA

Ontem eu fui na primeira cabine de imprensa da minha ainda não inciada carreira de jornalista (bó)!
Assisti Beowulf e pretendia fazer uma breve resenha sobre o filme nerd que a não-nerd-mas-que-se-esforça-pra-virar-nerd aqui conseguiu entender graças a muitas leituras e a ajuda de duas pessoinhas especiais!
Mas toda a graça de fazer uma resenha antes do filme entrar em cartaz vai ter que esperar porque no momento eu preciso ficar escrevendo sobre os muçulmanos e seus dogmas inquebráveis para a cadeira de seminário de história.

OK! Até semana que vem!
SILENCE!
I KILL YOU!

23 novembro, 2007

TENACIOUS D IS FUCKING AWESOME

Quem me conhece sabe que eu amo tudo que o Jack Black faz! Até aquele [eu sei] [eu ainda sei] [eu acho que sei] [eu continua sabendo] [eu soube] o que vocês fizeram no verão passado, vale a pena só pela ceninha minúscula do Jack!

Em "Tenacious D and the Pick of Destiny", além de incorporar o tipo de personagem que é bem a cara dele e que eu gosto pra caramba - amante do rock frustrado e maluco que precisa pagar o aluguél - ele ainda canta e toca! Sim, isso ele já tinha feito [e muito bem] em "School of Rock", mas a Tenacious D é uma banda que realmente existe, da qual ele realmente faz parte, que realmente é avacalhada e que realmente é fucking awesome!

O filme é viciante, depois de ver tu vai passar umas duas semanas repetindo frases e relembrando trechos. A banda é viciante, tu vai ficar umas duas semanas ouvindo repetidamente.

FUCK! FUCK!

PS: Dave Grohl é o Belzeboss!
PS2: o vídeo contém spoilers!

20 novembro, 2007

MIL VOLTAS

Eu já peguei ônibus milhares de vezes em Porto Alegre e parece que eu já conheço boa parte da cidade como a palma da minha mão mas, sempre que eu pego um ônibus diferente, eu gosto de ficar o tempo inteiro olhando o trajeto, por mais sem graça que possa parecer a paisagem.
Acontece que, depois de um tempo pegando sempre o mesmo ônibus, a tal paisagem pode ficar um tanto maçante e daí eu volto a levar um livro dentro da bolsa ou um amigo do lado do ônibus para fazer a viagem valer a pena. Os amigos são melhores que os livros, pois eles são úteis mesmo quando não tem lugar no ônibus e é preciso ficar de pé [porque leitura é algo que eu preciso fazer com calma e confortavelmente, o mínimo exigido é um assento de ônibus]. Em compensação, os livros podem ser fechados se bater a vontade de ficar sozinho e quieto.....
Mas enfim, a questão toda é que o caminho até a TVE não cansou até agora e, diga-se de passagem, ele tem tudo para enjoar. Depois de uma caminhada de 15 minutos até o campus do centro eu pego o TV, que normalmente vem quase lotado e muito fedido. O caminho não é nada de mais [perimetral - aureliano - érico - correa lima] na real, é bem ruinzinho até, mas toda vez eu sinto uma vontade enorme de olhar, de simplesmente olhar as placas, os cartazes, os outdoors, as pessoas, os animais, os carros, as árvores, o lixo.....
Desde que entrei na TVE eu abandonei os livros na bolsa [já que não tenho mais a opção de encontar um amigo no ônibus].
Ontem eu comecei a ler [em casa] o "História sem fim", do Michael Ende [aquele, do filme, da espécie de cachorro que voa] e não consegui desgrudar, quase virei a noite. Decidi colocá-lo na bolsa. E lá ele ficou porque eu só conseguia olhar, olhar e olhar a paisagem de sempre.

FOI

TÁ FEITO!
Mas não esperem atualizações diárias.

Um dia eu volto pra cá.